07 dezembro 2012

CARÊNCIAS


Em algumas ocasiões a necessidade de companhia pode conduzir a uma permissividade acentuada em relação a quem nos acompanha. Isto é, nossa carência de afeto, companhia, entre outras, seria “responsável” por aquelas escolhas possivelmente consideradas inadequadas. Escolhas das quais teriam como único propósito a satisfação desse vazio ocasionado pelo que consideramos a falta de algo ou alguém.
Nossa necessidade pode, em algum momento, nos conduzir a uma atitude na qual o medo da perda torne-se primordial. Então, o discernimento para o que nos é adequado torna-se obscuro e, nesse momento, incorremos na possibilidade de nos permitir o envolvimento em situações as quais podem acarretar frustrações e decepções em escala mais elevada do que a satisfação e o prazer.
Às vezes, nossa necessidade em ter alguém junto de nós ocasiona uma redução de nossos critérios de avaliação. Coloca-nos em uma posição fragilizada, que prioriza a busca da satisfação de nossa carência sem uma análise cuidadosa de quem permitimos partilhar nossas particularidades.
Não é raro entender termos sido vítimas das situações nas quais, supomos, não ter tido escolha. No entanto, o refúgio na ideia de que não participamos das decisões a respeito das opções as quais temos, apenas protelam a possibilidade de cuidarmos de modo mais adequado de suas consequências.
Ao “fugirmos” da responsabilidade por nosso existir, seja ele satisfatório ou não, corremos o risco de relegarmos a possibilidade de solução do que nos causa dor. E, desse modo, impedimos nossa chance de assumirmos a autoria dos eventos os quais podem nos proporcionar o antídoto para as frustrações e decepções.
Ao nos tornarmos conscientes de nossas atitudes e suas consequências, deixamos de depender de outras opiniões para realizar nossas decisões. E, assim, nos tornamos habilitados a cuidar de nossas carências, sem a necessidade de nos colocarmos em posição vulnerável em relação àqueles que compartilham conosco nossos momentos.
Desse modo, a seleção de quem irá nos acompanhar ou não em nossa busca pela satisfação de nossas necessidades e carências, torna-se mais criteriosa, de modo a nos oferecer situações mais confortáveis no que concerne o partilhar companhias. Ocasionando, dessa maneira, uma amplitude maior para com nosso próprio bem estar.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Parabéns pelo post, seu blog é interessante e nos leva a pensar sobre nós mesmos... Tarefinha difícil essa e, muitas vezes, extremamente árdua...

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    1. Olá Simone!!!
      Fico contente que tenha gostado do blog!!!
      Com certeza pensar sobre nós é algo delicado, porém de extrema importância.
      Muito obrigada pela mensagem.
      abraço.
      Márcia.

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