28 dezembro 2012

MATURIDADE


Nem sempre estamos dispostos a acatar as consequências das nossas escolhas. Torna-se muito mais confortável, quando o resultado de nossa escolha não corresponde ao vislumbrado por nós. Descartarmos a lembrança de que partiu de nossa iniciativa a opção acolhida como a mais adequada e que nos frustrou.
Como um mecanismo de proteção somos levados a agir dessa forma desde o período inicial de nossa existência. Isto é, quando ainda somos infantes e não possuímos a habilidade da reflexão pormenorizada. Contudo, tal atitude pode assumir um papel desconfortável, no momento em que permitimos sua ocorrência em um período em que há a necessidade de assumirmos os riscos, possibilidades e, principalmente, responsabilidade pelas escolhas feitas.
No entanto, tal postura envolve a conclusão de um processo, o qual culmina em nos localizarmos com maturidade suficiente para nos autodenominarmos – adultos. Isto é, o auge de nosso desenvolvimento ocorre quando nos tornamos autossuficientes, independentes e aptos a assumirmos as ilações referentes às nossas escolhas.
Porém, percebe-se um prolongamento desse curso no qual não nos permitimos alcançar tal ponto de maturidade. Sendo assim, faz-se necessária alguma reflexão a respeito para nos tornarmos competentes e compreendermos o que ocorre. Desse modo, permitimos o ato de sair dessa posição “desconfortável” para nós mesmos e assumirmos o conhecimento acerca das consequências prováveis envolvidas nas opções presentes.
Os filósofos Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger afirmam, respectivamente, sermos livres para escolher, mas condenados por essa liberdade; e capazes de ampliarmos nossas opções, o que constitui nossa real liberdade.
Então, talvez se localize em nossa capacidade de vislumbrar as consequências pertinentes às opções que temos, para nos permitirmos nos habilitarmos a fazer escolhas menos envolvidas em emoções, o que é comum praticar quando crianças. E, exercitarmos nossa capacidade de avaliação ao que consiste a “realidade” na qual estamos envolvidos.
Desse modo, podemos colocar em curso o processo de nosso desenvolvimento o qual tende a culminar em nossa maturidade a qual nos permite o exercício pleno de nossa liberdade segundo os filósofos Sartre e Heidegger.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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