30 agosto 2013

CONCESSÕES

Pode constituir uma tarefa não muito fácil a de identificar quando fazemos uma concessão ou quando abrimos mão de algo importante para nós. Em diversas situações distinguir, entre algo que nos satisfaz e algo que nos frustra torna-se quase impossível.
Podemos dispender anos de nosso tempo a fazer concessões das quais não fazem sentido quando nos aprofundamos nas razões que culminaram em tal atitude. Ou podemos experimentar sensações de tristeza das quais não sabemos a origem.
Contudo, se ao experimentar o sentimento de tristeza buscarmos ajuda para a compreensão desse sentimento, pode-se “abrir uma porta” a qual nos conduza a possibilidades não atinadas anteriormente.
É muito comum nos habituarmos a algo aparentemente satisfatório, mas ao ser ponderado atenciosamente começamos a entender que tal hábito consiste, na realidade, em uma rotina estabelecida e permitida por nós. Essa rotina pode nos aprisionar em algum estado, paralisando-nos, o que, segundo o filósofo Heidegger, constitui uma das principais razões do adoecer.  Desse modo, podemos experimentar a ausência do prazer em viver e darmos início a um processo que pode alcançar níveis de insatisfação não aventados por nós.
Por isso, o processo que inclui o olhar e a reflexão acerca de nossos sentimentos e suas razões, pode constituir uma possibilidade de modificarmos algumas rotinas as quais tangenciam concessões e que nos colocam em posição de sofrimento. De modo a impossibilitar-nos ser capazes de oferecer aos relacionamentos que estabelecemos o melhor de nós.
Sendo assim, ao nos propormos ao cuidado para com nossas concessões, também nos propomos a melhorar as relações que estabelecemos. Por conseguinte, reduzimos as frustrações e estabelecemos contatos embasados em satisfação e não em dores.
O viver plenamente envolve nos sentirmos livres. Tal liberdade consiste em nos responsabilizarmos por nossas escolhas. Ao cuidarmos de nossos atos e decisões estamos, portanto, cuidando de nossas escolhas e, assim, ampliamos a possibilidade de nos fazermos mais conscientes delas.
Então, se ao invés de apenas fizermos concessões impensadas dermos início a um movimento em prol de analisarmos as nossas escolhas, poderemos, com tal atitude, ampliarmos nosso rol de possibilidades acerca das opções que temos e que nem sempre nos damos conta.  

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

4 comentários:

  1. Saudades de "você" amiga! Cada leitura é um pedacinho de você que guardamos conosco! Parabéns pelo texto. Abrimos concessões sim, eu abro sempre! A maioria das vezes pra reduzir sofrimentos. Beijos

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  2. Olá André...saudades de seus comentários também!! Sempre enriquecedores!!
    Obrigada pelo carinho e um lindo final de semana com a família ok!!
    Beijos.

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  3. Que reflexão sobre o que queremos de nós para nós e para os outros. Obrigado

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    1. Eu quem agradeço Normando, pelo retorno sempre presente.
      Abraço e boa semana!!

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