17 janeiro 2014

GPS - Sistema de Posicionamento Global

A velocidade solicitada de nós nos dias atuais poderia ser comparada a um aparelho de GPS o qual necessita, com extrema velocidade, recalcular a rota para que se perca o rumo do destino.
Contudo, precisamos nos lembrar, e com alguma frequência, que não somos aparelhados de engrenagens. Ou melhor, atualizando: conexões eletrônicas, que nos permitam recalcular o que quer que seja em alguns segundos e praticamente sem “danos”.
Quando esperamos de nós mesmos respostas ágeis e precisas estamos, tristemente, tentando nos equiparar às máquinas. René Descartes, filósofo, físico e matemático, comparou o ser humano a uma máquina e suas engrenagens.  Mais tarde, o físico Fritjof Capra destacou estarmos todos interligados como em um grande sistema.
Desse modo, poderíamos afirmar existir uma “gigantesca” máquina na qual todos fazemos parte e nos relacionamos com suas consequências de maneira mútua e conectada. Entretanto, se nos permitirmos um olhar demasiado “técnico” para conosco, incorremos no risco de negligenciarmos uma questão de extrema importância:  nossas emoções e sentimentos.
“Recalcular a rota” não constitui algo simples quando se trata de nossos sonhos e planos. Quando nos propomos a planejar e sonhar envolvemos nesse processo emoções e sentimentos aos quais, em muitas ocasiões, não nos damos conta da real proporção.  A não ser quando estes encontram-se frustrados por alguma razão.
Por isso, é inquestionável o crédito que devemos prestar à capacidade de nos refazermos quando algo não ocorre como esperávamos.  Porém, esse modo de agir não constitui algo que consigamos executar com plena facilidade. Mas, é de suma importância mantermos em nossa lembrança que podemos refazer nossos planos.
Fazer uso de nossa capacidade de resiliência, isto é, nos refazermos após a ocorrência de algo que nos frustra ou decepciona, representa um exercício concomitante de nossa possibilidade de ampliar nossas alternativas, como afirma o filósofo Heidegger ser a nossa mais especial habilidade.
Então, buscar nos conhecermos amplamente pode representar a oportunidade de nos habilitarmos a “recalcular” nossas rotas com maior agilidade, sem nos tornarmos apenas um GPS, mas alguém capaz de considerar os sentimentos e emoções envolvidos em todo o processo de refazimento.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Vez por outra somos forçados a mudar nossa rota porém sem perder de vista o nosso foco. Obrigado doutora Márcia por me lembrar q o autoconhecimento nos ajuda a avaliar os sentimentos e as emoções envolvidos no processo de recomeço.

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    1. Não há o que agradecer Paulo.
      Fico contente que tenha gostado do texto e agradeço pelo retorno!
      Abraço e boa semana!!

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