10 outubro 2014

PROFISSÃO


Em toda sociedade o indivíduo é valorizado pelo sucesso profissional que obtém. Portanto, a escolha da profissão adequada torna-se um objetivo primoroso. E no nosso país isso é exigido do jovem em idade em torno de dezesseis anos.
Nesse período o jovem ainda encontra-se em transição física e emocional, buscando seu lugar na família e no círculo de amigos. Então, a escolha da profissão emerge como algo mais importante que qualquer outra questão que esse jovem possa ter.  E ele se depara diante de uma decisão que pode significar tudo do melhor para ele... Ou não.
Como ajudar um jovem nessas condições? O que se pode fazer para permitir que ele possa refletir sobre si próprio, isto é, sobre quem ele é e o que quer fazer? O teste vocacional é o auxílio mais procurado e com certeza tem seus méritos, mas será suficiente? Será que todos os jovens que fazem seu teste vocacional ficam totalmente satisfeitos com o resultado?
Quando uma decisão está para ser feita é importante uma reflexão que analise prós e contras e, principalmente, as conseqüências que a decisão pode trazer, como por exemplo, a mudança de cidade em que se vive e a distância do conforto do lar e do cuidado dos pais quando ainda se é tão jovem.
Somos totalmente livres para escolher, porém condenados às suas conseqüências, como afirma o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Então, algumas perguntas são fundamentais para a reflexão sobre qual profissão exercer quando inserido na vida adulta e, com a mesma importância, onde preparar-se para o aprendizado da profissão escolhida.
Algo nem sempre levado em conta é o que se tem prazer em fazer. Não estamos acostumados a pensar nisso, afinal somos educados para produzir o máximo possível e ter sucesso, o prazer poucas vezes tem lugar de destaque quando pensamos em trabalho. Mas se uma atividade que poderá ocupar mais de um terço do tempo de nosso dia-a-dia não nos proporcionar prazer, seremos capazes de exercê-la de maneira satisfatória? E se conseguirmos, por quanto tempo isso será possível até nos cansarmos, experimentarmos frustrações ou ainda, adoecermos e nos tornarmos, desse modo, pessoas entristecidas sem compreender muito bem o por quê?
Talvez, o mais importante para um jovem que se encontre num momento de decisão tão delicada, seja ao menos contar com a compreensão de quem o cerca. Para permitir que ele tenha em mente que alguns caminhos são passíveis de mudança ou até mesmo de retorno. E que o mais importante ao se decidir por qual profissão optar é, acima de tudo, sentir-se satisfeito em exercê-la. Ou seja, que a atividade profissional possa proporcionar satisfação não somente no âmbito monetário, mas também, e principalmente, no âmbito pessoal. E um dos modos mais importantes para descobrir o que nos dá prazer é nos conhecermos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com

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