21 novembro 2014

RELAÇÕES

Desde o momento em que nascemos iniciamos uma relação com nossos pais ou cuidadores e a partir deste ponto damos início ao nosso desenvolvimento como seres individuais e interligados. Ao longo de nossa história de vida diversas pessoas irão participar da construção de nosso ser. Isto é, quando nos relacionamos com toda a diversidade de seres ao nosso redor, estamos, a cada momento, adicionando uma nova experiência em nosso desenvolvimento que será um fragmento de quem seremos como indivíduos.
Podemos ouvir alguém dizer que sua vida seria diferente se tivesse seguido outro caminho. Com certeza seria diferente, mas será que seria melhor? Talvez sim. Porém, uma questão um pouco mais profunda pode emergir. Ter uma vida diferente será que nos tornaria outra pessoa? E quem seria esta pessoa? Será que gostaríamos dela? Talvez não seja possível responder com exatidão a essas questões, mas é interessante formulá-las para que possamos exercitar olhar de modo diferente quem somos hoje. E, assim, termos capacidade de apreciar essa pessoa ou modificá-la, se julgarmos necessário. No entanto, é importante lembrar que toda mudança exige uma iniciativa que nem sempre é fácil, mas que nos convida à mobilização.
Iniciamos falando sobre nosso desenvolvimento quando em contato com nossos pais ou nossos cuidadores e isso significa que as relações diversas fazem parte de quem. Sendo assim, o outro tem papel fundamental na pessoa que nos tornaremos. Entretanto, nem sempre estamos atentos às pessoas com quem nos relacionamos, nem tampouco as ouvimos com atenção ou dedicamos um pouco do nosso tempo em entendê-las.
É muito comum nos dias atuais alguém afirmar não ter tempo, ou que está com pressa e não é possível fazer tudo o que deseja. Então, se não temos tempo nem mesmo para fazer o que queremos, não teremos tempo para observar o outro. Certamente vivemos um momento no qual muito nos é exigido tendo em vista a competitividade que vivenciamos e nos desafia constantemente. Mas, se nos esquecermos do quão importante é o outro em nossa existência como seremos capazes de termos relacionamentos satisfatórios?
Quando nos relacionamos temos a oportunidade de nos conhecermos também. Num exercício simples podemos observar nossa reação diante de um fato corriqueiro ou ainda, diante de uma situação que exija um pouco mais de cautela na avaliação. A partir de nossas respostas ao comportamento alheio podemos ter como “termômetro” quem somos naquele momento. Mas nem sempre estamos aptos em saber quem realmente somos. Porém se não nos conhecemos como seremos capazes de solucionar as dificuldades que nos afligem?
Deste modo, quando buscamos maneiras de nos conhecermos, estamos também melhorando nossos relacionamentos e, por conseguinte, nos permitimos olhar e vivenciar experiências que poderão nos levar a um desenvolvimento de nós mesmos, permitindo o início de uma reforma interna que poderá culminar em uma satisfação pessoal que contagia todos ao nosso redor. E como nos construímos nos relacionamentos que estabelecemos, esse pode ser um caminho muito agradável de seguir.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri

Psicóloga – CRP 06/95124                                                                                                                                   marciabcavalieri@hotmail.com

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