13 março 2015

RELACIONAMENTOS

Desde o momento em que nascemos iniciamos uma relação com nossos pais ou cuidadores e a partir deste ponto damos início ao nosso desenvolvimento como seres individuais, porém interligados. Ao longo de nossa história de vida diversas pessoas irão participar da construção de nosso ser. Isto é, quando nos relacionamos com toda a diversidade de seres ao nosso redor, estamos, a cada momento, adicionando uma nova experiência em nosso desenvolvimento que será um fragmento de quem seremos como indivíduos.
Podemos ouvir alguém dizer que sua vida seria diferente se tivesse seguido outro caminho. Com certeza seria diferente, mas seria melhor? Talvez sim, porém uma questão um pouco mais profunda pode emergir. Ter uma vida diferente nos tornaria outra pessoa? E quem seria esta pessoa? Será que gostaríamos dela? Talvez não seja possível responder com exatidão a essas questões, mas é interessante formulá-las para que possamos olhar de modo diferente para quem somos hoje. E termos capacidade de apreciar essa pessoa que somos ou de modificá-la se julgarmos necessário. No entanto é importante lembrar que toda mudança exige uma iniciativa que nem sempre é fácil, mas que solicita nossa mobilização.
Interessante chegar a esse ponto, porque iniciamos falando sobre nosso desenvolvimento quando em contato com nossos pais ou nossos cuidadores e isso significa que as relações diversas fazem parte de quem seremos ao longo do tempo. Sendo assim, o outro tem papel fundamental na pessoa que nos tornaremos. Entretanto, nem sempre estamos atentos às pessoas com quem nos relacionamos, nem sempre ouvimos com atenção ou dedicamos um pouco do nosso tempo em entendê-las.
É muito comum nos dias de hoje alguém afirmar não ter tempo ou que está com pressa e que o tempo não é suficiente para fazer tudo o que deseja. Então se não temos tempo para fazer o que queremos não teremos tempo para observar o outro. Com certeza vivemos um momento no qual muito nos é exigido, tendo em vista a competitividade que vivenciamos e nos desafia diariamente. Mas se nos esquecermos do quão importante é o outro em nossa existência como seremos capazes de estabelecermos relacionamentos satisfatórios?
Em nossos relacionamentos também nos conhecemos. Num exercício simples podemos observar nossa reação diante de um fato corriqueiro ou ainda, diante de uma situação que exija um pouco mais de cautela na avaliação. A partir de nossas respostas ao comportamento alheio podemos ter como “termômetro” quem somos naquele momento. Mas nem sempre estamos aptos em saber quem realmente somos. Porém se não nos conhecemos, como seremos capazes de solucionar as dificuldades que nos afligem?
Deste modo, quando buscamos maneiras de nos aproximarmos de quem somos, estamos também melhorando nossos relacionamentos e por conseguinte nos permitimos olhar e vivenciar experiências que poderão nos levar a um desenvolvimento de nós mesmos, permitindo o início de uma reforma interna que poderá culminar em uma satisfação pessoal que contagia todos ao nosso redor. E como nos construímos nos relacionamentos que estabelecemos esse pode ser um caminho muito agradável.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri

Psicóloga – CRP 06/95124                                                                                                                                  marciabcavalieri@hotmail.com

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