08 julho 2016

ESCOLHA CONSCIENTE SEMPRE?!

Ao usarmos nosso pré-julgamento deixamos de lado muitas opções, das quais poderíamos usufruir prazeres ignorados.


“... E quando se presta atenção espontânea e virgem de imposições, quando se presta atenção, a cara diz quase tudo”. Clarice Lispector destaca com essa frase o quanto é possível, se nos despirmos de nossos “pré-julgamentos”, analisarmos as situações de uma maneira mais isenta. Possibilitando um conhecer mais autêntico.
Contudo, tal proposta não constitui uma tarefa fácil. Nossas imposições estão permeadas por nossos valores. Estes foram construídos ao longo de nossa existência através das diversas experiências que vivenciamos. Mas à medida que conseguimos exercitar um olhar menos comprometido com esses valores, possibilitamos contatos diferenciados.
Ao usarnos nosso pré-julgamento deixamos de lado muitas opções, das quais poderíamos usufruir prazeres ignorados. Porém, nos mantemos ligados àquilo que consideramos seguro e não nos permitimos riscos em empreitadas diferentes.
Ao conhecermos alguém, por exemplo, utilizamos essas ferramentas para nos proteger de possíveis surpresas desagradáveis. Entretanto, ao não nos surpreendermos também deixamos de experimentar possíveis prazeres. Ou seja, nos privamos da dor, mas também do gozo.
Costumamos fugir dessas situações para minimizar as chances de sofrimento. Com isso nos protegemos e acreditamos ser possivel experimentar uma vida mais segura e amena. Todavia, a amenidade também pode levar à mesmice. E, apesar de a rotina ser um modo de experimentarmos a segurança, ela também leva à monotonia da qual tantamos nos distanciar a todo o momento.
Lamentamos a rotina, a falta de oportunidades em experimentarmos sensações diferentes. Contudo, o que fazemos, na realidade, é fugir das dificuldades o máximo possível. Não obstante, fugimos também das chances de encontrarmos significados diferentes para ocasiões talvez semelhantes, o que nos levaria a sensações novas.  E elas poderiam constituir o diferencial que buscamos para sentirmos “a vida correr nas veias”.
Desse modo, é importante nos conscientizarmos o máximo possível sobre nossos valores. Para entendermos o que nos leva a fazer certas escolhas e ter determinadas decisões. E, então, experimentarmos a liberdade de escolhermos com maior isenção dentre as possibilidades com as quais nos deparamos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário