15 abril 2011

AMARGOR



Quando criança tive contato com uma história sobre um menino chamado Tistu. Ele possuía um dedo verde que ao tocar nas coisas fazia nascer flores e plantas. Essa historieta foi-me contada para entender a força de nossa iniciativa em expandir o bom humor e a alegria. Pois, esse garoto conseguiu modificar toda uma cidade com a atitude de espalhar plantas e flores por onde passasse.
Do mesmo modo encontramos pessoas dispostas em disseminar sua boa disposição seja com um sorriso, um gesto ou uma palavra. Entretanto, também encontramos aqueles os quais armazenam rancor, lamúrias e azedume. Nem sempre nos damos conta desse amargor presente em pessoas as quais amamos. Entretanto ocorre com maior frequência do que desejamos de essas pessoas nos contaminarem com o seu “dedo de amargor”.
É compreensível vivermos um momento de muitas solicitações pessoais de modo a nos tornarmos menos emotivos e mais voltados ao imediatismo. Contudo, ao trilharmos esse caminho nos distanciamos de oportunidades em estabelecer contatos para nos revigorar.
Muitas pessoas são capazes de descrever o contato com determinado indivíduo como uma sensação revigorante, uma “recarga de baterias”. Não raro também é esse alguém afirmar desejar ser capaz do mesmo efeito nas pessoas.
O que será que nos torna amargos ou não? O que nos faz “recarregar as baterias” daqueles que nos contatam ou exaurirmos essa carga? O físico Fritjof Capra descreve em seu livro “O ponto de mutação” o efeito da interconexão. Isto é, estamos todos interconectados de modo a nosso agir interferir no viver do outro. Então, esse carregar ou exaurir energias talvez tenha algum sentido real em nossos relacionamentos.
Pode ser que a decisão esteja somente a nosso encargo de nos tornarmos um ser com o “dedo verde” ou um ser que “vampiriza” quem se aproxima de nós. E então, experimentam uma sensação boa ou desagradável nesse contato. Se essa decisão pertencer a nós temos então o poder de nos tornarmos quem desejarmos. Ou seja, temos a oportunidade de escolher quem queremos ser.
Contudo, o escolher nem sempre é suficiente. Precisamos, a partir da escolha feita, buscar ferramentas para nos habilitar a alcançar o que desejamos. Cabe então a nós identificarmos tais ferramentas e empreender o esforço necessário para experimentarmos a satisfação de conseguirmos nos tornar o que almejamos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

Um comentário:

  1. Tô rindo aqui, Márcia! Tistu! Este também foi um livro da minha infância. Lembro, lembro! MENINO DO DEDO VERDE, certo? Aliás, um dia eu tava em Passo Fundo, RS, numa livraria, e vi o livro lá. Peguei, li de novo. E, num momento de 'vozice' explícita, fiz uma longa dedicatória pra Nina, minha netinha.
    Ah, e você cita também o PONTO DE MUTAÇÃO! Sempre que posso, passo pros alunos. O tema da Fuvest deste ano foi por aí.. ALTRUÍSMO! A Sônia, a física do filme, em certa hora, comenta que nós, civilizados, não pensamos nem na próxima geração; os índios pensam em sete gerações à frente, quando vão tomar alguma atitude. E, realmente, tá tudo interligado. Lembro também desta fala dela.
    Beijão, tilidinha!

    Puntel, sorrindo pra Márcia, gostando de lê-la.
    Comentário enviado pelo querido e delicioso Puntel por e-mail...
    Obrigada sempre Puntel!!!

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