08 agosto 2014

DESAFIOS

O sociólogo Zygmunt Bauman afirma que a felicidade reside na superação e na conquista de desafios e não na ausência ou na fuga. Isto é, quando nos propormos a vivenciar nossas experiências de modo pleno, nos colocamos em uma posição mais próximo de experimentar a desejada felicidade.
Atualmente muitos desafios são considerados insalubres. Ou seja, que podem ocasionar algum tipo de adoecimento, tendo em vista a possibilidade de prejuízo subsequente a um esforço, talvez, demasiado.
Assiste-se a um crescente aumento de situações nas quais transtornos diversos emergem: pânico, obsessão, depressão entre outros. Estes, em sua maioria, podem ser diagnosticados como originados em nosso sistema emocional. Assim, pode ocorrer de nos assustarmos diante do fato de algo tão “palpável”, com sintomas e sensações demasiado perturbadoras, ter origem na forma como sentimos o mundo que nos atinge.
Ao considerarmos a afirmação do sociólogo de que ao superarmos desafios alcançamos a felicidade, podemos, do mesmo modo, afirmar que ao ampliarmos nossos limites em relação ao nosso modo de agir com o mundo nos aproximamos da plenitude de nosso existir.
Nos permitindo a expansão do que nos restringe de algum modo, também possibilitamos a oportunidade de nos depararmos com situações inéditas.  Estas podem assumir um significado assustador e inibitório. Porém, ao examinarmos a nós mesmos e nossas capacidades para lidar com o fato com a qual nos deparamos, podemos nos surpreender com a constatação de que nossa fragilidade para algo considerado insuperável, pode não constituir a nossa total realidade.
Então, ao nos “autorizarmos” a fazermos uso de um exercício no sentido de nos conhecermos, bem como ao que nos restringe, poderemos colocar em prática a sugestão de Bauman em prol da conquista da felicidade. E, desse modo, ao nos propormos a vivenciar nossas experiências de modo a superá-las, também possibilitamos nossa chance de satisfação conosco.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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