23 dezembro 2010

AMOR SEM ESCALAS


No filme “Amor sem escalas” conhecemos o personagem principal que começa a ser questionado em relação ao seu modo de vida devido à idade mais madura. Seguro e confortável com a maneira como vive, ao tentar responder as questões pra si mesmo percebe não estar tão seguro como imaginava e resolve arriscar algumas mudanças. Porém, essa tentativa depara-se com dificuldades que impedem as alterações radicais as quais deseja.
Ao ver o filme sofremos com a angústia dele que se vê entristecido e aprisionado em uma situação que não permite grandes alterações. E algumas reflexões podem ser feitas a partir desse sofrimento que vivenciamos junto dele.
Nem sempre pensamos nas conseqüências de nossas escolhas, especialmente as de longo prazo. Normalmente quando vivenciamos alguma situação no presente não atentamos para quais decisões foram as “responsáveis” pelo caminho que seguimos.
O personagem do filme encontra-se com certa idade e solitário por não ter investido nas relações ao longo de sua vida. Fez a escolha de ter uma vida sem “laços” a qual era o suficiente até perceber um sentimento de carência proporcionado pela falta desses “laços”.
Nós somos seres que vivem em grupos, nos relacionamos com diversas pessoas e em diversas situações. A cada relacionamento algo de nós é exigido e nem sempre estamos dispostos a investir. Nesse momento pode ocorrer de escolher-se o isolamento parcial ou não. Mas de qualquer modo, essa escolha afeta nosso futuro.
É comum dizermos não nos arrependermos de nossas decisões e que o isolamento tem suas vantagens. É óbvio que ter total liberdade é algo muito almejado. Mas como disse Victor Hugo, o riso constante é insano. Então, a liberdade total pode cansar. Pois há um preço para tal conquista e a questão é se esse preço não se tornará alto com o correr do tempo.
Gostamos de nos sentir diferentes dos outros e dessa forma sermos especiais. Contudo, em alguns pontos somos parecidos e temos necessidades semelhantes, bem como a de companhia. Em algum momento a solidão que proporcionava prazer poderá despertar sofrimento. E a outra questão é se teremos disposição para investir numa mudança, e, o mais importante, o quanto de mudança será possível conseguir.
Por essa razão, talvez seja importante nos mantermos atentos às nossas escolhas e principalmente às conseqüências que elas podem trazer. Toda decisão tomada a partir de um maior número de possibilidades tende a ser uma escolha que nos satisfará. E é importante ter em mente que o oposto é pleno e verdadeiro. Qualquer decisão tomada sem considerar mais de uma possibilidade possui uma grande probabilidade de não satisfazer e tornar-se passageira a satisfação que a acompanha.
Nesse caso, o caminho do autoconhecimento pode ser a grande cartada que podemos guardar e utilizarmos dela sempre que uma situação nos solicitar alguma decisão. E, dessa forma, estaremos investindo, com grande chance de acerto, em uma satisfação duradoura.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marcia@maximizandoresultados.com.br
06/08/2010

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