23 dezembro 2010

ESTABILIDADE


Em muitas oportunidades nos sentimos tranqüilos diante da estabilidade de nossas vidas. Seja com um emprego, um relacionamento duradouro, o amor dos filhos, a companhia de um amigo, uma casa confortável, a rotina diária, ou outras situações as quais nos proporcionam o conforto da confiança de termos certa previsão do que virá a seguir.
Será que podemos saber realmente o que virá a seguir? Por exemplo, quem nos dá a garantia de conseguirmos levantar da cama pela manhã e andar? O que nos dá a certeza de podermos contar com tudo o que cerca nossa rotina diária? Se pensarmos com profundidade não há como possuir essa garantia, nós apenas confiamos que será desse modo. Estamos sempre sujeitos a diversas intempéries e essas, definitivamente, não estão sob nosso controle. Mas até que ponto isso pode ser entendido como algo negativo?
Em todas as situações há ao menos duas possibilidades: dar certo ou dar errado. É óbvio que pode haver variações ou nuanças nessas duas alternativas, mas geralmente é assim: Ou uma ou outra. Se há ao menos duas opções, como seria se tentássemos ver essa “instabilidade” como algo positivo? Alguém me disse que a rotina cansa porque não surpreende. Se pensarmos um pouco não teremos dificuldades em localizar momentos muito agradáveis em nossas vidas e associarmos esse evento agradável a uma surpresa.
Então, lembrando o filósofo Heidegger, precisamos de uma rotina para nos sentir confiantes de estarmos vivos no dia seguinte. No entanto, ao mesmo tempo, a incerteza nos dá opções que não temos quando tudo está previsto. E isso não significa precisarmos abandonar todos os nossos compromissos, mas que há necessidade de olharmos para eles como uma parte de nossa existência e não sua completude.
Em muitas ocasiões permitimos nos tornar aquilo que fazemos e que temos. Experimentamos o sentimento de segurança e isso é algo muito bom, mas se entendermos que essa estabilidade da continuidade pode ser alterada estaremos “preparados” para as surpresas, sejam elas agradáveis ou não. Pois essa “preparação” nos permitirá uma análise um pouco mais clara da situação.
Deste modo, buscar maneiras de nos tornarmos mais atentos à nossa realidade é algo de fundamental importância para nossa “estabilidade”.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br
11/06/2010

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