23 dezembro 2010

INIMIGOS


Nas palavras do filósofo e teólogo Jean-Yves Leloup não há nada nem ninguém a temer a não ser a nossa própria fraqueza ou covardia. Ele ainda afirma que talvez jamais tenhamos tido outro inimigo além de nós mesmos.
Ao refletirmos a respeito dessas afirmações podemos experimentar o impulso de nos colocarmos em situação de defesa e encontrarmos diversas justificativas para não estarem diretamente ligadas a nós e legitimarem os nossos “fracassos”. Ao longo de nossa existência costumamos sonhar com diversas situações das quais apenas algumas se concretizam. A frustração parece ser um sentimento que ronda como um companheiro fiel, sempre pronto a se manifestar quando solicitado.
As palavras incitando que nossa fraqueza ou covardia nos impede o crescimento pessoal, em um primeiro momento soam como desalentadoras, levando-nos ao impulso de entendermos que não somos capazes das conquistas almejadas porque somos nossos próprios inimigos e, sendo assim, não temos como escapar de tal “armadilha”. Será que não há escapatória?
O que é chamado de fraqueza ou covardia pode ser pensado como limitação. Todos nós temos nossos limites, porém eles são passíveis de serem ampliados e, sendo assim, aquele que seria nosso inimigo, eu mesmo, pode se tornar nosso principal aliado.
Entretanto, nem sempre conseguimos tal objetivo sem ajuda. O ser humano vive em grupo e completa seu existir ao relacionar-se. Mas, nem sempre estamos atentos para o modo como nos relacionamos. Não nos damos conta de que há um padrão nesse modo de ser. E que esse padrão pode ser conhecido e desenvolvido de modo a satisfazer nossos anseios.
Quando nos permitimos o auxílio no sentido de nos desenvolver abrimos espaço para o contato com o novo. E ao nos conhecermos possibilitamos possíveis transformações que podem nos levar às conquistas sonhadas, mas que ao longo do existir podem ter sido deixadas a um segundo plano devido às dificuldades experimentadas ao longo das tentativas de realização das mesmas.
Então, se somos nossos próprios inimigos, cabe também a nós a iniciativa de uma jornada rumo a mudança desse aspecto, para nos tornarmos aliados de nossos planos aos quais estão interligados com nossas realizações. E se somos quem pode mudar nosso próprio caminho não significa haver a necessidade de praticar essa mudança sozinho, ou seja, podemos permitir e contar com o amparo do outro.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br
08/10/2010

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