23 dezembro 2010

VILÕES


Estamos sempre sujeitos a errar. Porém, não raro é encontrarmos algo ou alguém que muito provavelmente nos induziu ao erro. Assim, justificamos nossas atitudes menos felizes de modo a nos isentarmos das responsabilidades e consequências decorrentes de tal erro.
É óbvio haver quem se culpe por tudo. E, certamente, esse será seu próprio vilão por muito tempo tendo em vista não ser possível que sejamos responsáveis por “tudo” o que acontece ao nosso redor.
Contudo, se pensarmos um pouco a respeito dos diversos “vilões” que temos ao nosso redor poderemos refletir um pouco sobre nós mesmos. Ao responsabilizarmos o outro, seja ele uma pessoa, um evento ou algo; localizamos o vilão “longe” de nós. E ainda temos a chance de acreditar termos sido vítima de alguma ocasião infeliz ou, ao menos, não termos tido escolha. Isto é, seja lá o que for que aconteceu não havia alternativas para se evitar o ocorrido. Será realmente assim que acontece?
Quando há algo estranho a nós tendemos a buscar maneiras de tornar esse estranho o mais próximo possível de algo conhecido para, então, experimentarmos um pouco menos de desconforto. O oposto também ocorre quando nos deparamos com uma situação que nos deixa infeliz ou denote termos errado. Buscamos, nesta ocasião, maneiras de distanciar o máximo possível a situação de nós para nos sentirmos mais confortáveis com nossos limites. Pois, é a respeito de nossos limites que nossos erros “falam”.
Aceitar o limite de nossas capacidades não é algo fácil, e quando temos alguém ou algo para responsabilizar em lugar desse não ser capaz é uma tentação quase irresistível nos consolarmos nisso.
Entretanto, sempre que fugimos de nossos erros, ou que o disfarçamos ao responsabilizar outro que não nós mesmos, ou seja, sempre que deixamos de assumir nossas responsabilidades pelos nossos próprios erros, perdemos uma grande oportunidade de aprender com eles. Piaget, psicólogo e educador francês, afirmou que podemos aprender mais com nossos erros do que com nossos acertos devido ao sentimento que aqueles despertam.
Nos cabe então buscar maneiras de nos fortalecemos para sermos capazes de “encarar” nossos limites e entendê-los. Para podermos expandir tais limites e alcançar o desenvolvimento emocional que nos permite viver de modo mais equilibrado.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br
12/11/2010

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